Gilvan Ribeiro do Diário de São Paulo


Especialmente para meu blog

Olá Daniela, tudo bem?

A minha fascinação pelo esporte, mais especificamente pelo futebol, começou desde que eu me conheço por gente.

O meu pai sempre foi um amante da bola e transmitiu esse traço a todos os descendentes. Ele é corintiano doente e costumava sofrer grudado ao rádio, ou vidrado na TV, com as desventuras do time em plena época de jejum de títulos, que durou quase 23 anos.

Aprendi ali a importância da fidelidade, do amor incondicional e da perseverança. Afinal, apesar de colecionar decepções, a Fiel crescia a cada dia e meu pai não desistia jamais. Uma autêntica lição de caráter, bem distante do oportunismo de torcer por quem está bem na fita, como algumas pessoas fazem, tanto no esporte como na vida em geral.Talvez pior do que os grandes fiascos, tenham sido as vezes em que a equipe morreu na praia. Eu era pequeno, mas me lembro nitidamente da tristeza do meu pai quando o Corinthians, de Rivellino, perdeu a final do Paulistão de 1974 para a Academia do Palmeiras, de Ademir da Guia.

Mas, em vez de desanimar, o velho (que na época nem era velho!) logo ressurgia das cinzas com aquela fé cega no fundo da alma. Vieram tantas outras derrotas, mas também nunca o vi tão emocionado e feliz como no dia em que o Corinthians voltou a ser campeão, naquele inesquecível 1977. As dificuldades, enfim, valeram a pena. Tudo o que é fácil perde sabor...Mas o "doutor Gilson", como o chamavam em Bauru, não se restringia ao Corinthians. Ele também me levava para ver os jogos do Noroeste, no Estádio Alfredo de Castilho, e sempre dava um jeito de me colocar em contato com os jogadores dos clubes grandes que visitavam a cidade.Além disso, construiu um campinho no quintal de casa, sob a sombra de uma antiga mangueira, com traves feitas de toras de madeira que lembravam as oficiais. Minha casa se tornou, assim, o "estádio oficial" da garotada do bairro.

A despeito dessa paixão infantil, porém, o meu ingresso no jornalismo esportivo se deu quase por acaso. Na década de 80, meu irmão mais velho, o Gilson Ribeiro, era repórter de esportes da Rede Globo e, em determinado momento, chegou a apresentar também o Globo Esporte. Como sua exposição era muito grande, não queria seguir à sua sombra para evitar as naturais comparações, e planejava abraçar outra área qualquer do jornalismo. Quando estava prestes a me formar pela Faculdade Cásper Líbero, comecei a fazer colaborações para a Revista Globo Rural, enquanto procurava um emprego fixo, porque precisava me sustentar.

A primeira oportunidade a surgir foi um concurso para repórter na Folha de S. Paulo e - adivinhe, só - na editoria de esportes... Então deixei a vida me levar, me submeti aos testes, fui aprovado e me rendi ao destino.Depois de cinco anos na Folha (período em que houve também uma passagem pela extinta Folha da Tarde), recebi uma proposta melhor do DIÁRIO (na época, Diário Popular), onde me encontro até hoje. Entre 1994 e 1998, também trabalhei na ESPN Brasil (no início, era TVA Esportes). Após a Copa da França, esgotado pelo acúmulo de empregos, me desliguei da televisão.No DIÁRIO, me tornei repórter especial, depois editor-assistente de esportes e, há um ano, assumi a função de editor de domingo do primeiro caderno. Embora atualmente integre a Editoria São Paulo (Cidades), mantenho a coluna "Bola em Jogo" aos domingos no caderno de esportes. Nos próximos dias, também será lançado o blog "Bola em Jogo", dentro da página do DIÁRIO na internet.Bem, é isso... Quando o blog estiver no ar, espero receber sua visita e contar com seus comentários, Daniela, assim como de toda a sua galera.

Beijos
Gilvan Ribeiro
Adoro ler suas matérias e com certeza serei uma leitora avida deste novo blog..mt obrigado por escrever..meu carinho sempre....
Dany Luz